Medalhista de Dores do Turvo quer expandir premiações

 

Guilherme Castilho vê a escola como ‘lugar acolhedor’ para aprender matemática


Berço de medalhistas olímpicos, a pequena cidade de Dores do Turvo (MG) é inspiração para formar novos campeões todos os anos. O jovem Guilherme Moreira Castilho, de 15 anos, é um deles. Com dois ouros e dois bronzes na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), ele segue determinado a ampliar a coleção. E sabe que a tradição da cidade ajuda. “Saímos de Juiz de Fora (MG) e viemos para Dores do Turvo (MG). É um município cem vezes menor! Minha mãe, Josiane é daqui e meus pais decidiram vir para cá. São muitas diferenças culturais. Antes, estávamos em uma cidade grande. Mas prefiro viver aqui”, conta Guilherme, que se mudou há 10 anos para o município de 4,5 mil habitantes.

 

“Quando ainda morávamos em Juiz de Fora, nunca tinha ouvido falar de alguém que já tivesse participado da OBMEP, mas aqui é muito diferente. Os professores estão muito envolvidos e praticamente todos os alunos da Escola Estadual Terezinha Pereira gostam de participar da competição.” 

 

Com o isolamento social por conta do coronavírus, a família vive um novo momento. Além de cuidar da casa, Josiane passou a dividir o tempo para acompanhar as aulas on-line com Guilherme e Manuela, filha mais nova. Wando, pai dos meninos, trabalha como segurança, mas por conta da pandemia foi realocado para trabalhar na barreira sanitária de Dores do Turvo, onde controla a entrada e saída de pessoas. 

 

Mesmo sem as aulas presenciais na escola, lugar “acolhedor” de onde sente saudades, Guilherme segue estudando para OBMEP. Ele também participa do  Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) em formato virtual, por onde recebe exercícios e resoluções de problemas, além de enviar os deveres e participar das vídeoaulas com os colegas. 

 

“Com a matemática olímpica, você vê agora etapas que só veria lá na frente nos estudos”. Entre as descobertas que foram antecipadas, ele destaca o Teorema de Pitágoras como um dos tópicos mais interessantes. “São exercícios que demandam mais esforço, mas que dão uma ajuda a mais na hora de fazer as provas.” Para ele, a matemática pode ser definida como um passatempo desafiador, no qual você acaba mexendo com uma infinidade de coisas




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Sucesso de Dores do Turvo na OBMEP é tema do documentário "Derivadas"

 

A força de Dores do Turvo na OBMEP é vista em números. Nos dez primeiros anos de participação, o município da Zona da Mata mineira registrou 229 premiações entre medalhas de ouro, prata e bronze, além de menções honrosas. Em 2012, teve o segundo melhor resultado do país. O sucesso chama tanta atenção que virou tema do documentário "Derivadas", disponível no YouTube. 

 

Claudia Carvalho, professora de matemática no colégio Terezinha Pereira há 16 anos, considera que “a OBMEP mudou a visão dos alunos de futuro. Eles perceberam que podem ir além porque se inserem em uma competição nacional e veem que têm a mesma capacidade dos alunos de grandes centros urbanos.” Inspirada pelas conquistas impulsionadas pelo professor Geraldo Amintas, conhecido como Guingo, ela pretende dar continuidade ao trabalho dele. 

 

“Guingo se aposentou no final de 2019, então quero seguir dando estímulo para que os alunos estudem matemática.” Ela destaca ainda que, muitos dos estudantes de Dores do Turvo que chegaram à universidade, tiveram destaque em edições da OBMEP.  

 

Caminho que Guilherme deve percorrer em breve, e “provavelmente pela área de exatas”. Para o pai do estudante, é emocionante poder almejar um futuro para os filhos com Ensino Superior. “Espero que ele e Manuela, nossa filha mais nova, se formem e tenham uma vida diferente de agora. Vejo que eles têm mais oportunidades e espero que cumpram o papel. Como pais, nós damos educação e mostramos que eles precisam sempre avançar”.

 

 

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